domingo, 1 de maio de 2011



Para a nossa satisfação, houve uma melhora notável da Rede Globo, em se tratando da representação do sotaque pernambucano. No primeiro vídeo, trecho da novela Senhora do Destino (2004/2005), é perceptível até para nós, pernambucanos, o exagero e a deformação do sotaque da personagem interpretada pela atriz Suzana Vieira.
Já no segundo vídeo, de um trecho retirado da novela Cordel Encantado (2011), que tem como cenário o Sertão brasileiro, pode-se perceber a naturalidade das representações do sotaque, quando comparado à novela anterior.

"É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem de origem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador. No plano lingüístico, atores não-nordestinos expressam-se num arremedo de língua que não é falada em lugar nenhum no Brasil, muito menos no Nordeste. Costumo dizer que aquela deve ser a língua do Nordeste de Marte! Mas nós sabemos muito bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão." (BAGNO, p. 44)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dicionário Pernambuquês

Bom, como nós somos de pernambuco não poderíamos deixar de falar do nosso vocabulário extenso e nordestino "arretado". O preconceito ao sotaque nordestino é muito grande e visto por exemplo nas emissoras de TV, mas o que está acontecendo? As novelas estão colocando temática nordestinas em que os atores interpretam personagens com o sotaque nordestino, porém não tão "forçado" quanto outras já exibidas. Desta forma, auxilia as pessoas a conhecerem o nosso sotaque e nossa diversidade linguística.

Falando tanto do preconceito, a seguir um vídeo de um mini dicionário "pernambuquês" que foi feito pelo pernambucano Clenio, que sinceramente, foi uma iniciativa muito boa e divertida de explorar os verbetes pernambucanos.



terça-feira, 26 de abril de 2011

Preconceito Linguistico na música

Continuando... Falando um pouco mais sobre o Teatro Mágico é uma trupe criada por Fernando Anitelli, que procura ir mais afundo nos dabates que cercam a sociedade desigual e desumana que nos rodeia. Procuram explorar a questão do livre compartilhamento das músicas na Internet defendendo a bandeira da musica livre, o Teatro Mágico passa, cada vez mais, a se apresentar com um perfil mais questionador e contestador. E uma musica que traz o preconceito linguistico é Zazulejo.

Outra pessoa citada no post anterior é Isabela Morais, de Caruaru que traz em suas letras expressividade. Seu trabalho ja vem sendo reconhecido no Recife, e uma música sua que expressa bem o preconceito linguístico é Preconceito Linguístico.

Preconceito Linguistico na música

O preconceito linguistico vem sendo abordado por alguns artistas em suas composições. As musicas são uma forma de ir contra o preconceito imposto por pessoas "grossas" e ignorantes. 
Entre esses artistas podemos citar: Adoniran Barbosa,o grupo Teatro Mágico e a cantora Isabela Morais.
O interessante é ver que nem todos são conhecidos, porém o intuito deles são muitos legais (que fique claro que nem todas as musicas são só sobre o preconceito linguistico).

Bom, e quem foi Adoniran Barbosa?

Adoniran foi um cantor de samba,ator e humorista que fez composições  á favor da variação lingüística e contra o preconceito lingüístico.

Adoniran Barbosa percebia as diferenças e retratava em suas composições a fala e o cotidiano dos imigrantes italianos de baixa renda residentes em São Paulo. Ele indicava a diversificação dos falares, apontava o tempo inteiro para o falar diferenciado, o falar cantado, com sotaque italianado, de quem tinha pouca instrução acadêmica.

Utilizava os erros de ortografia em suas composições porque fazia sambas para o povo, ou mesmo para torná-las mais engraçadas, o compositor tinha a preocupação de ser compreendido, ou, em termos lingüísticos de não ser agramatical.


Francamente, pesquisando sobre o Adoniran, achei-o muito semelhante com o  Bezerra da Silva, o qual admiro muito seu trabalho, pena que ambos estão mortos. Para quem não sabe quem foi  Bezerra da Silva, ele era um pernambucano que cresceu no Rio. Era um verdadeiro artista, cantou sobre os problemas sociais encontrados dentro das comunidades, se apresentando no limite da marginalidade e da indústria musical.

“Quando a música é feita por pobre, analfabeto ou crioulo, eles dizem que é pagode. Eu não aceito isso!” Obs.: Falando que não gostava que o chamassem de pagodeiro.

"Ai gente boa, se num tem intimidade com caneta mete o dedão no papel que tá assinado nosso acordo"

"E malandro é malandro e mané é mané"